Wednesday, June 17, 2009


Desde a apresentação em Teresópolis, a comissão técnica alerta para o desgaste físico dos jogadores. Por isso, vem tentando controlar a carga de treinos para evitar que o cansaço atrapalhe a seleção. A estatística disponibilizada pela Fifa da primeira rodada da Copa das Confederações pode servir como um parâmetro deste receio. O Brasil foi o país que menos correu em campo entre os oito participantes da competição. Os 14 atletas que enfrentaram o Egito na última segunda-feira percorreram, juntos, 98.065 metros. O líder foi a Itália com 109.210 metros.

Para conseguir os números, a Fifa instala câmeras panorâmicas no topo dos estádios. Elas fazem um mapeamento do campo e enviam dados para dois computadores durante a partida. Um programa, então, calcula a quilometragem percorrida por cada jogador em campo.

Daniel Alves foi o jogador brasileiro que mais correu em campo contra o Egito segundo a estatística da Fifa. O lateral-direito, que curiosamente foi também o atleta da seleção que mais jogou na temporada europeia (59 vezes pelo Barcelona), percorreu 10.275 metros. Mas ele foi apenas o 18º entre todos os jogadores que entraram em campo. O americano Michael Bradley lidera a lista com 12.113 metros.

Além de Daniel Alves, outros três brasileiros correram mais que dez quilômetros na vitória sobre o Egito: Gilberto Silva (10.216m), Kaká (10.136m) e Felipe Melo (10.098m). Os jogadores da seleção brasileira estão tomando vitaminas e aminoácidos para diminuir o desgaste no metabolismo.

A preocupação com o desgaste físico é tão grande na seleção que os médicos José Luiz Runco e Serafim Borges foram chamados para explicar o trabalho feito com o grupo. Eles destacaram a importância dos jogadores descansarem entre uma partida e outra. Um dos métodos é examinar, a cada 48 horas, uma enzima do corpo em que é possível medir a fadiga muscular.

- Temos esses dados armazenados. Quando dá o pico na curva do desempenho, aconselhamos dar uma parada. Dá para ter a noção do momento para frear ou aumentar a carga - disse Serafim.

Dunga deve poupar alguns titulares para a partida contra os Estados Unidos nesta quinta-feira, às 11h (de Brasília), em Pretoria. O zagueiro Juan, que sofreu com lesões musculares durante a temporada, deve dar lugar a Luisão. Outro que pode ser poupado é Robinho.

- Era previsto que eu não jogasse alguma hora. Estava um tempo parado. Já sabia que possivelmente não poderia jogar todas as partidas. Atuei nos dois jogos das eliminatórias e o Dunga me deu liberdade de não enfrentar o Egito, mas eu não queria ficar fora logo na estreia. Agora vamos ver - disse Juan.

A maioria dos convocados se apresentou à seleção brasileira após uma longa temporada na Europa. Devido ao cansaço dos atletas. Contando com a viagem dos atletas que atuam no Velho Continente para o Brasil, antes da apresentação, os jogadores enfrentaram seis voos em 15 dias. O time foi do Rio de Janeiro para Montevidéu, depois do Uruguai para Recife, da capital pernambucana para Joanesburgo, onde embarcou para Bloemfontein e retornou para Joanesburgo, sempre de avião. Além disso, ocorreu o desgaste das três partidas em dez dias e as dificuldades dos jogadores se adaptarem ao novo fuso horário na África do Sul (são cinco horas a mais em relação ao Brasil).

Após a difícil vitória por 4 a 3 sobre o Egito, a estreia da Copa das Confederações, Robinho admitiu que a seleção está sentindo o cansaço.

- O time estava cansado. A gente tentava fazer uma jogada individual e não saia. Viemos de dois jogos dificeis nas eliminatórias, tiveram as viagens. Queríamos jogar melhor, mas lutamos e não faltou empenho de ninguém - disse.

O capitão Lucio disse que os jogadores tiveram dificuldades para dormir devido ao fuso horário.

- Nossa equipe está cansada. Conversei com vários jogadores, ninguém conseguiu dormir direito.
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