Sunday, May 25, 2008

ECONOMIA
Ajuste pago em junho
O Ministério do Planejamento reafirmou que sairão em junho os aumentos para os servidores federais
Rio - O Ministério do Planejamento reafirmou que sairão em junho os reajustes salariais para os servidores federais. O ministro Paulo Bernardo já tinha dado a garantia, mas os servidores estavam receosos porque as prévias dos contracheques disponibilizadas na Internet ainda não estão com o aumento. Segundo o ministério, os valores reajustados constarão dos contracheques definitivos. Se não houver tempo hábil para todos os contracheques serem corrigidos, o Planejamento publicará folha suplementar.
Muitos servidores preferem a folha extra de pagamento a fim de evitar arcar com imposto maior. Isso porque, como haverá pagamento dos retroativos a 1º de março, poderá haver mudanças de faixa e o conseqüente aumento do imposto.
O governo federal prepara projeto de lei para substituir as medidas provisórias 430, que abre crédito de R$ 7,5 bilhões para o reajuste de servidores civis e militares, e 431, que regula o aumento. Segundo o Planejamento, o texto só será apresentado na semana que vem, provavelmente na segunda-feira.
O projeto terá tramitação em regime de urgência, e o acordo no Congresso é para que seja votado em uma semana. Enquanto isso, as medidas provisórias continuam valendo. Ao todo, serão beneficiados 800 mil servidores da União e 644 mil militares ativos, inativos e também pensionistas das Forças Armadas.
O Estado de São Paulo

ECONOMIA
Ações da Petrobrás caem um dia depois da euforia
Anúncio da nova descoberta na Bacia de Santos acabou frustrando o mercado financeiro por falta de detalhes sobre o volume de petróleo
Ao mesmo tempo que ganhou destaque na mídia internacional, a nova descoberta da Petrobrás na região abaixo da camada de sal, anunciada na quarta-feira, frustrou analistas do mercado financeiro. As ações da estatal despencaram ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), fechando em queda de 3,7%, segundo analistas, por falta de detalhes sobre o volume encontrado. Para o Wall Street Journal, as recentes descobertas podem fazer do Brasil uma “potência petrolífera”.
A descoberta ocorreu no bloco BM-S-8, nas águas ultraprofundas da Bacia de Santos, projeto batizado pela Petrobrás de Bem-Te-Vi. Antes do anúncio, as ações da estatal já vinham subindo por conta da expectativa provocada por entrevista de executivos da portuguesa Galp, uma das sócias do projeto. O comunicado oficial, porém, não trazia nenhuma informação sobre volume ou espessura do reservatório, dados necessários para análise mais detalhada.
“A Petrobrás já anunciou diversas descobertas naquela região, mas, por enquanto, só a área de Tupi tem estimativas divulgadas. O mercado esperava que a Petrobrás pudesse informar alguma projeção de reservas na região, o que não aconteceu”, disse o analista do Banco do Brasil Investimentos, Nelson Rodrigues de Matos. A queda das ações da estatal ajudou a puxar para baixo o Ibovespa, que fechou em baixa de 1,17%.
No comunicado de quarta-feira, a Petrobrás informou que um plano de avaliação da área será entregue à Agência Nacional do Petróleo (ANP). Em reportagem publicada ontem, no entanto, o Wall Street Journal mostrou um panorama otimista das recentes descobertas na área abaixo do sal. “Com os preços do petróleo atingindo novas máximas, grandes descobertas no Brasil podem aumentar o otimismo do setor de energia de que pode entregar petróleo suficiente para acompanhar a aceleração da demanda”, diz.
Os autores do texto, John Lyons e David Luhnow, dizem que o cada nova descoberta na região aumenta a percepção de que o Brasil pode ter petróleo suficiente para participar das “grandes alianças de exportadores mundiais”. Apenas em Tupi, a Petrobrás estima ter encontrado algo entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris. Para o jornal americano, a taxa de sucesso em diferentes poços na região pode indicar que a Bacia de Santos seria um “megadepósito contíguo de petróleo”.
A Petrobrás tem 66% do bloco BM-S-8. O restante pertence à anglo-holandesa Shell (20%) e à portuguesa Galp (14%) - esta muito beneficiada pela parceria com a estatal brasileira. Anteontem, antes do anúncio de Bem-Te-Vi, o Goldman Sachs elevou novamente o preço-alvo para as ações da Galp, que subiu 3%, para 19.
Segundo o diário português Jornal de Negócios, o banco informou que “o mercado está focado nas notícias sobre a exploração de petróleo no Brasil”.
A nota da Goldman Sachs estima que Bem-Te-Vi tenha 5 bilhões de barris, mas ressalta que o maior risco para seu desempenho está no dimensionamento das reservas. “A despeito dos avanços, é impossível saber a quantidade e a qualidade do petróleo de uma reserva antes que ele comece a jorrar, o que pode levar anos”, concordam os jornalistas do Wall Street Journal.

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