Wednesday, May 21, 2008

Petróleo
O presidente Evo Morales, da Bolívia, faz ameaça sobre empresas estrangeiras que atuam no país. Se não realizarem investimentos, vão perder acesso às áreas de prospecção. A Petrobras está outra vez sob ameaça de nova invasão e confisco.

Urânio
É intenção do governo construir unidades de gaseificação e uma de enriquecimento do urânio. O Brasil, no momento, realiza a lavra do mineral extraído em Caetité, Bahia, onde é transformado em yellow cake. Vai para o Canadá, onde é gaseificado. O projeto estuda para que toda a operação seja realizada no Brasil. É que nós dispomos de tecnologia, o que acontece em poucos países. A informação é da INB, Indústrias Nucleares do Brasil.

Aviação
Está no pensamento do presidente Lula da Silva criar uma empresa oficial de transporte aéreo. Com isso, o governo mandará as demais fazerem o dever de casa. O caso nasceu dos constantes cancelamentos de vôos que prejudicam apenas os passageiros.



Correio Braziliense Prazo menor para segredos
Ministros analisarão proposta que altera normas de classificação de documentos sob sigilo. Idéia é flexibilizar o acesso e diminuir o tempo de abertura dos arquivos
Da equipe do Correio

O governo quer mudar as regras de classificação de documentos públicos sigilosos, adotar medidas mais rigorosas para manuseio e reduzir os prazos de duração das classificações, que hoje variam de ultra-secreto a confidencial. O trabalho, que já vem sendo desenvolvido por um grupo de técnicos há três anos, vai ser levado nos próximos dias a uma reunião ministerial para ser avaliado e depois seguirá para o Congresso. Considerada dura em alguns aspectos, principalmente quando trata de papéis considerados de alto grau de confidencialidade, a lei atual é questionada por vários setores, como a Procuradoria-Geral da República, que entrou na terça-feira com ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a revogação da legislação.

A intenção do governo é flexibilizar o acesso, possibilitando que o cidadão possa ter as informações desejadas com maior rapidez, mesmo que o documento não faça referências à sua vida privada, como determina a lei atual. Mas vai adotar procedimentos rigorosos para seu manuseio. Atualmente, vários servidores podem conhecer as informações, mas a proposta do Palácio do Planalto é tornar isso cada vez mais restrito. O mesmo acontecerá em relação ao classificador. Os documentos ultra-secretos devem continuar sendo definidos pelo presidente da República, seu vice, ministros e comandantes militares, mas os secretos podem sofrer uma alteração. Hoje, funcionários em funções de direção, comando ou chefia podem adotar esse tipo de classificação.

Os prazos de duração do sigilo, uma das polêmicas criadas em 2005, quando a lei atual foi publicada, deverão diminuir. Atualmente, os documentos ultra-secretos são os que têm um tempo maior de duração da classificação, que é de 50 anos. Porém, poderá ser renovado indefinidamente de acordo com o interesse da segurança da sociedade e do Estado. Os secretos permanecem fechados por 30 anos; os confidenciais por 20; e os reservados, por 10 anos. Mas nos três casos poderá haver, por uma única vez, nova reclassificação. Pela proposta, no final dos prazos, o governo deverá fazer a “publicização periódica” das informações, que é avisar a sociedade o que está liberado.

Medida provisória
Para o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, o Executivo não pode fazer a classificação de documentos públicos. Ele justifica afirmando que cabe ao Legislativo definir sobre direitos fundamentais. “As informações não se destinam apenas aos interessados em sentido técnico-operacional, mas a todo povo brasileiro, à sua memória, à sua identidade. Não se trata de uma questão de interesse privado, mas de expressão pública”, diz o procurador. Na ação, Souza questiona o fato que a lei atual foi criada a partir de uma medida provisória, que não pode abordar temas como a nacionalidade, cidadania, direitos, partidos políticos e direito eleitoral.

O vazamento de informações sigilosas de gastos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não foi o motivo do projeto, garantem técnicos do governo. Mas o assunto vem sendo tratado em sigilo dentro do Palácio do Planalto e entre representantes dos ministérios da Justiça e Defesa, Casa Civil, Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e Secretaria Especial dos Direitos Humanos, que formam o grupo de trabalho.

O que deve mudar
O que prevê a nova lei:
Prazos
O projeto do governo pretende diminuir prazos de validade dos documentos sigilosos. A nova legislação poderá reduzir o tempo pela metade. Conforme a lei atual, a classificação dos papéis públicos ultra-secretos deve durar no máximo 50 anos, mas poderá ser renovada indefinidamente. Os secretos em 30 anos; os confidenciais, em 20 anos; e os reservados em 10 anos. Nesses últimos casos, a renovação se dará apenas uma vez.

Transparência
O Planalto quer tentar passar a impressão de dar mais transparência aos temas ligados a documentos sigilosos, principalmente os de gestão. Isso está sendo chamado de “publicização” das informações.

Manuseio
O projeto torna mais rigorosos os procedimentos de manuseio dos documentos, tanto por parte de servidores como de terceiros. Hoje, apenas funcionários públicos que tenham necessidade de conhecê-los é que podem ter acesso às informações. O cidadão só tem direito ao manuseio se os dados forem de interesse pessoal.

Acesso
O projeto vai limitar o número de autoridades que podem ter contatos com os documentos, independentemente da classificação. Atualmente, classificam os documentos como ultra-secretos o presidente da República e seu vice, ministros e comandantes militares. Os secretos são definidos por funcionários com cargos de chefia. Cabem aos próprios órgãos resolver sobre papéis sigilosos e confidenciais.



Folha de São Paulo Desemprego entre jovens é 3,5 vezes o dos adultos
Entre dez países, Brasil é o que tem a maior proporção de jovens entre os desempregados
ANTÔNIO GÓIS e JANAINA LAGE

A taxa de desemprego entre jovens de 15 a 24 anos é 3,5 vezes a dos adultos, revela estudo divulgado ontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

A publicação mostra que o Brasil lidera o ranking de maior proporção de jovens entre os desempregados em uma lista de dez países, que inclui Argentina, México, Alemanha, Espanha, Itália, França, Grã-Bretanha, Suécia e Estados Unidos.

Em 2005, os jovens representavam 46,6% do total de desempregados, um patamar superior ao de países como México (40,4%) e Argentina (39,6%). Segundo o estudo, não apenas a taxa de desemprego dos jovens no Brasil cresceu ao longo dos últimos 15 anos como ainda avançou mais do que a taxa de desemprego dos trabalhadores adultos.

"Os jovens representam uma proporção cada vez maior dos desempregados", diz o estudo.

De acordo com Roberto Gonzalez, pesquisador do Ipea, uma das hipóteses que justificam a maior dificuldade dos jovens para ingressar no mercado de trabalho é o preconceito das empresas em relação aos trabalhadores menos experientes. "O mercado de trabalho melhorou no Brasil nos últimos anos, mas a melhora foi menor entre os mais jovens, o que justifica a necessidade de políticas públicas para tentar assegurar o lugar desses trabalhadores no mercado", disse.

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) corroboram a percepção de que, de fato, ficou mais difícil para o jovem de 15 a 24 anos encontrar trabalho.

Segundo Cimar Pereira, gerente da PME (Pesquisa Mensal de Emprego), a participação dos jovens no total de desempregados nas seis maiores regiões metropolitanas do país passou de 45,7% em março de 2002 para 46,8% em março deste ano. Em março de 2002, 22,9% da população em idade ativa tinha de 15 a 24 anos. Em março deste ano, esse patamar caiu para 19,4%. "Houve um aumento claro da desocupação nessa faixa etária", resume.

O desemprego entre jovens não é um problema restrito ao Brasil. Nos países europeus, a taxa de desemprego dos jovens começou a crescer nos anos 1980. Nos anos recentes tem havido uma pequena reversão desse fenômeno, motivada tanto pelo menor desemprego juvenil como pela redução da população economicamente ativa nestes países.

Para o Ipea, a demissão dos trabalhadores mais jovens é de menor custo em razão do valor das indenizações. Além disso, são normalmente menos experientes e considerados "menos essenciais" para as empresas. Há também aspectos como a alta rotatividade característica dessa etapa da carreira.

"Como o jovem, por definição, está tendo suas primeiras experiências no mundo do trabalho, seria "normal" que ele circulasse por vários empregos como forma de acumular conhecimentos e experiência, supondo-se que mais tarde isso contribuiria para ele estabilizar-se em uma ocupação determinada", afirma o estudo.

Para Lígia Cesar, da MCM Consultores, um dos fatores que dificultam a entrada dos jovens no mercado é a rigidez das leis. "Isso prejudica o acesso do trabalhador com menos experiência. Do ponto de vista do empregador, ele tem de arcar com um custo alto para contratar alguém com menos experiência do que os demais."

A taxa de desemprego entre os jovens no Brasil foi estimada pelo Ipea em 19% em 2005, um patamar superior ao de anos anteriores. Em 2000, o percentual era de 18% e, em 1995, de 11%. Segundo o Ipea, a alta taxa de desemprego mesmo na faixa abaixo de 17 anos indica que grande parte das famílias não tem meios de manter os jovens fora do mercado de trabalho até a conclusão do ensino médio.

"O que acontece para a maioria dos jovens de famílias trabalhadoras e de baixa renda é que eles ficam circulando entre ocupações de curta duração e baixa remuneração, muitas vezes no mercado informal. Além de não favorecer a conclusão da educação básica, essa experiência é, na maior parte das vezes, avaliada negativamente pelos empregadores."

O estudo conclui que políticas de emprego não devem apenas ser julgadas pela capacidade de colocar o jovem em um posto de trabalho, mas devem também avaliar até que ponto a experiência de trabalho permite adquirir novos conhecimentos. "É fundamental que políticas de emprego desenvolvam estratégias destinadas a romper, e não a reforçar, as barreiras sociais que se colocam frente a estes jovens", diz.


Folha de São Paulo Venezuela x EUA: Caracas não aceita explicação de embaixador americano

O embaixador americano em Caracas, Patrick Duddy, se reuniu com o chanceler Nicolás Maduro para explicar a invasão do espaço aéreo do país por uma aeronave militar dos EUA, no sábado. Na saída, Maduro disse que "não está satisfeito com as explicações". Em nota, Duddy repetiu a versão de que o incidente ocorreu por "erro de navegação" e disse ter expressado a Maduro "nossas preocupações sobre supostos vínculos do governo da Venezuela com as Farc".



Jornal do Brasil Bolívia apóia a proposta brasileira
Venezuela, Guiana, Suriname, Chile e Argentina completariam a organização supranacional
Juliana Anselmo da Rocha

O presidente da Bolívia, Evo Morales, confirmou sua adesão à proposta brasileira para a criação de uma organização supranacional de caráter militar na América do Sul. Os detalhes da proposta serão discutidos em reunião sexta-feira, em Brasília. Além de Brasil e Bolívia, já manifestaram interesse em participar do Conselho de Defesa da América do Sul Venezuela, Guiana, Suriname, Chile e Argentina.

– Conversei com todos os líderes regionais e encontrei posições favoráveis à instituição. Alguns estão mais entusiasmados, mas existe uma uniformidade de pensamento quanto à criação do conselho – declarou Jobim, depois de encontrar-se com Morales, na segunda-feira, em La Paz.

A pretensão é de que a organização inicie seus trabalhos em julho. Além de estruturar e executar uma política de defesa sul-americana e unificar o discurso dos países da região em fóruns internacionais sobre segurança, orquestraria a construção de um parque industrial comum para produção de equipamentos para as Forças Armadas e outros insumos para o setor de defesa.

– A criação do Conselho de Defesa da América do Sul está inserida no escopo da política externa brasileira, que visa ao fortalecimento da liderança do país na região – ressaltou Reginaldo Nasser, professor da PUC-SP e membro da diretoria executiva da Associação Brasileira de Relações Internacionais. – Não está necessariamente relacionada com o controle das ambições de Hugo Chávez e Morales no continente. Só que o conceito de defesa hoje é mais amplo, incluindo o combate ao crime organizado e ao narcotráfico, que tem alcance transnacional.

Jobim garantiu que essa não será uma aliança militar, mas "uma ferramenta para lidar com uma variedade de questões de segurança" na América do Sul. Temas como a preservação conjunta dos recursos naturais e meio ambiente também seriam tratados pelo conselho.

José Luiz Niemeyer, coordenador do curso de Relações Internacionais do Ibmec-RJ, acredita ser essa uma reformulação na estratégia brasileira para conquista de uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. O cientista político lembra que esse é um desejo antigo, presente na agenda do Itamaraty e da Presidência desde os governos de Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso.

– É difícil ampliar o número de participantes porque isso movimenta o xadrez da geopolítica mundial. Hoje, o mundo está em transformação: ainda não está claro se os EUA se manterão como uma superpotência capaz de determinar os rumos globais, ou se assistimos à emergência de uma bipolaridade com a União Européia ou mesmo de uma triangulação com a China e o Japão – explicou Niemeyer.

Para o estudioso, o conselho, por enquanto, permanece como "uma questão de retórica".

– Se não conseguimos avançar na união aduaneira do Mercosul, imagine as dificuldades de uma estratégia de defesa única, tema que no limite se refere à sobrevivência dos Estados soberanos – conclui.

A idéia para a criação do conselho partiu do presidente Chávez, da Venezuela. Foi reavivada por Luiz Inácio Lula da Silva depois da crise desencadeada pelo ataque militar colombiano em território equatoriano em 1º de março.


O Estado de São Paulo DIRETO DA FONTE
Parabélum
Sonia Racy


Hugo Chávez revelou no fim de semana que o primeiro lançamento-teste de um míssil ar-superfície de longo alcance - por um dos super-caças Su-30 comprados na Rússia -, será realizado em junho, no mar do Caribe. O alvo vai simular um porta-aviões.

E anunciou que estará, pessoalmente, no avião para apertar o botão de disparo. “Na hora vou pensar que estou atirando contra um navio do império americano.”


O Estado de São Paulo Petrobrás agita os estaleiros
Encomenda de sondas e navios pode superar US$ 20 bi
Kelly Lima

A Petrobrás confirmou ontem que vai encomendar 40 sondas de perfuração de petróleo no País para explorar a área abaixo da camada de sal. O pacote de encomendas, antecipado pelo Estado, prevê investimentos acima de US$ 20 bilhões. Segundo uma fonte do setor, simultaneamente a estatal poderá encomendar 42 navios petroleiros e 146 embarcações de apoio às plataformas, o que pode dobrar o investimento previsto.

O anúncio formal deverá ser feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima segunda-feira, em Niterói. Essas encomendas, aliadas ao recorde nos preços internacionais do petróleo e a um relatório do Banco Credit Suisse elevando a projeção para os ADRs e as ações da Petrobrás, impulsionaram ontem os papéis da companhia. Isso garantiu à Bovespa o 10º recorde do ano.

O pacote de encomendas da Petrobrás tem forte impacto no mercado porque demonstra o apetite da empresa para desenvolver as áreas do pré-sal. Hoje, a companhia opera 40 sondas próprias no País. Com a realização das obras anunciadas, vai acrescentar a esse portfólio mais 28 próprias e 12 afretadas, além de pelo menos 6 que já estão em licitação.

A intenção do governo é que todas as sondas sejam construídas no Brasil, mas não está descartada a hipótese de as sondas afretadas serem construídas em estaleiros internacionais e apenas operadas com tripulação brasileira. Segundo o presidente do Sindicato Nacional da Indústria Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha, o setor quer abocanhar todas as encomendas.

'Vamos realizar um estudo técnico sobre a capacidade de todos os estaleiros e as perspectivas de novos investimentos para traçarmos um mapa da capacidade de construção da indústria naval no País', disse Rocha, que integrou a comissão com 40 representantes da indústria naval convocados para reunião, anteontem, com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Segundo ele, o estudo técnico deverá ser entregue ao governo federal no dia 30.

Segundo fontes do setor, os estaleiros mais cotados para realizar as obras das sondas de perfuração em águas ultraprofundas são o Jurong, agora associado ao Mac Laren, de Niterói, o Keppel, de Angra dos Reis, o Atlântico Sul (das construtoras Queiroz Galvão e Camargo Correa), e o Rio Grande, do Grupo W Torre, no Rio Grande do Sul. A licitação, segundo fontes do mercado, deverá dividir o pacote de 28 sondas em quatro lotes de sete. Cada um desses lotes deve movimentar algo em torno de US$ 4,2 bilhões.

Já no caso dos navios, as informações preliminares - ainda não confirmadas pela Petrobrás - indicam que, dos 42 petroleiros a serem encomendados, a metade vai atender à segunda fase de renovação da frota da Transpetro. A outra parte, também por ser construída no Brasil, seria afretada diretamente pela estatal por um longo período. Já as 146 embarcações de apoio terão as licitações realizadas em etapas. A primeira delas prevê o afretamento de 24 unidades.



O Estado de São Paulo ONDA FAVORÁVEL
Brasil é 3º em ranking de clima econômico

O Brasil passa por ambiente econômico mais favorável do que a média mundial e mais positivo do que o da América Latina. Enquanto a média do índice de clima econômico entre os países latino-americanos e os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China) mostrou piora entre janeiro e abril, a do Brasil permaneceu estável em 6,6 e elevou o País da quarta para o terceira posição no ranking da região, atrás de Uruguai e Peru. Esses são dados da Sondagem Econômica do Institute for Economic Research at the University of Munich, ou Instituto IFO. Na América Latina, o levantamento é realizado em parceria com a FGV.



O Globo Paraguai: lei de fronteira ameaça brasiguaios
Governo finaliza demarcação de faixa de segurança e estrangeiros que têm terras na região podem perdê-las.
Janaína Figueiredo - Correspondente

BUENOS AIRES e BRASÍLIA. Cumprindo à risca o que estabeleceu a “Lei de Faixa de Segurança”, aprovada há cerca de dois anos, o governo do presidente paraguaio, Nicanor Duarte Frutos, confirmou o fim dos trabalhos de demarcação da chamada “fronteira interna”, localizada a 50 quilômetros de distância das fronteiras do Paraguai com países vizinhos.

A nova lei proíbe que cidadãos estrangeiros sejam proprietários de terras rurais dentro da chamada faixa de segurança do país, regra que poderia prejudicar produtores rurais brasileiros, argentinos e bolivianos não naturalizados, segundo admitiu o ministro das Relações Exteriores do país, Rubén Ramírez Lezcano.

Quem comprou terras antes da nova lei mantém direitos Em entrevista por telefone ao GLOBO, o chanceler paraguaio explicou que o governo de seu país está realizando, em parceria com o governo Lula, um abrangente trabalho sobre a situação em que vivem e trabalham os brasileiros no Paraguai (os chamados brasiguaios) e assegurou que o governo vai “proceder de forma a evitar um impacto social negativo e sempre pensando em preservar nosso bom relacionamento com o Brasil”. Não existem estatísticas oficiais, mas estima se que cerca de 500 mil brasileiros residam no Paraguai.

— Não podemos falar nada antes de termos em nossas mãos um inventário completo.

Precisamos saber qual é a situação de cada brasileiro para poder decidir como procederemos em cada caso — afirmou Ramírez Lezcano.

Segundo o chanceler paraguaio, o governo Lula enviou recentemente a Assunção um relatório sobre o estado de titularidade de terras dos brasileiros que vivem no Paraguai: — Não podemos dar detalhes ainda, porque estamos fazendo um trabalho muito amplo que envolve vários ministérios e comissões integradas pelos dois países. Existem situações muito diversas.

O que o chanceler deixou claro foi que brasileiros que tenham comprado terras na faixa de segurança antes da aprovação da nova lei não serão prejudicados, já que a norma não é retroativa. O objetivo das autoridades paraguaias e também do futuro presidente do país, o ex-bispo Fernando Lugo, é regularizar a situação das terras em todo o país.

—Também existem muitos paraguaios que compraram terras de forma irregular — esclareceu Ramírez Lezcano.

Lugo, que assumirá o poder no próximo dia 15 de agosto, já antecipou sua decisão de implementar uma histórica reforma agrária e, paralelamente, estimular a regularização de terras em poder de brasileiros. A imigração de brasileiros para o Paraguai começou durante a ditadura de Alfredo Stroessner (19541989) e alcançou seu auge nas décadas de 60 e 70.

— Não podemos falar em nome do futuro governo. O que nosso presidente está fazendo é buscar soluções práticas e integrais (em relação aos brasiguaios), sempre respeitando a lei — enfatizou.

De acordo com o diretor de Assuntos Especiais da chancelaria paraguaia, Victor Hugo Peña, o Paraguai foi um dos últimos países latino-americanos a aprovar a criação de uma faixa de segurança em suas fronteiras.

— O Brasil tem uma faixa de segurança de 150 quilômetros.

No caso da Argentina, a distância é igual a nossa — disse o funcionário paraguaio.

Itamaraty diz que questão já foi negociada com Assunção Ontem, a polícia paraguaia prendeu dezenas de trabalhadores sem-terra que haviam invadido plantações de soja em diferentes regiões do país.

O promotor Daniel Vergara, que esteve à frente da operação realizada no distrito de Maria Auxiliadora, a 500 quilômetros de Assunção, confirmou a detenção de 120 trabalhadores sem-terra.

O Itamaraty esclareceu ontem que o decreto proibindo a ocupação de terras na fronteira do Paraguai foi assinado em dezembro de 2004. Desde então ocorreu uma negociação, já concluída, para manter os brasiguaios que vivem no local nas propriedades. A condição principal é que eles não as vendam. Os brasiguaios ocuparam áreas fronteiriças com o Brasil, principalmente nas regiões de Canindeyú e Alto Paraná, no Sudeste do Paraguai.

Estima-se que existam cerca de 350 mil brasileiros nessa situação.



O Globo Polêmica nuclear aguarda Minc
Novo ministro é contra o licenciamento de Angra 3, que está sob análise do Ibama
Tulio Brandão

O novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, terá um obstáculo atômico para superar durante a sua gestão à frente da pasta. Está em curso o licenciamento da usina nuclear de Angra 3, empreendimento contra o qual a ex-ministra Marina Silva lutava abertamente. Minc também é contra a obra. Durante seus mandatos de deputado estadual e como secretário do Ambiente, também assumiu abertamente posição contrária à construção de uma terceira usina nuclear no Estado do Rio.

Durante uma entrevista realizada ontem na sede da Secretaria estadual do Ambiente do Rio, Minc revelou que, antes de ser chamado para ser ministro, chegou a falar com o superintendente do Ibama no Rio, Rogério Rocco, sobre o assunto: — E pensar que eu cheguei para o Rocco e falei: “Poxa, Rogério, ainda bem que não sou eu que vou licenciar esse empreendimento...” Minc não quis dar mais detalhes sobre a usina, e considerou cedo demais para falar sobre o assunto com a imprensa como ministro.

Procurado pelo GLOBO, Rocco informou que o processo de licenciamento de Angra 3 está, neste momento, na fase final da análise da licença prévia.

O superintendente explicou que o processo de licenciamento voltou a correr depois que o Conselho Nacional de Política Energética aprovou a construção da usina, e a Justiça desobstruiu judicialmente o processo (que estava embargado por falhas no licenciamento).

Com o caminho liberado, foram convocadas audiências públicas ano passado em Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro.

— Como houve falha no prazos de divulgação dos encontros, uma nova decisão judicial determinou que o Ibama convocasse novas audiência públicas. Foram ampliadas as áreas em que o órgão ambiental teria que fazer a reunião. Além dos três municípios da Costa Verde, o encontro teria que ser feito no Rio e em Ubatuba. As audiências foram realizadas e, agora, o processo aguarda manifestação do Ibama para concessão ou não da licença prévia, que é a fase em que o empreendimento é aprovado ou não pelo órgão ambiental — explica Rocco.

A previsão é de que Angra 3 fique pronta até junho de 2014, caso não surjam muitos problemas relacionados a licenças ambientais e financiamento do projeto.

A usina integrará o complexo da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, local onde também estão instaladas Angra 1 e Angra 2.

A decisão do governo sinaliza uma potencial retomada do uso da tecnologia atômica na matriz energética brasileira.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já se declarou favorável à opção nuclear para geração eletricidade como fonte auxiliar na matriz energética brasileira, fortemente sustentada nas hidrelétricas.

No mês passado, o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, afirmou que as obras da usina nuclear Angra 3 vão começar no segundo semestre, depois de ficarem paralisadas nos últimos 22 anos.

Disse, na ocasião, que esperava receber ainda em abril a licença prévia ambiental do Ibama, depois de terem sido realizadas oito audiências públicas. Segundo a Eletronuclear, a licença de instalação, que permite o início das obras, seria entregue pelo Ibama até junho.

Novos estudos sobre os custos de construção de Angra 3, encomendados à empresa suíça Colenco, concluíram que serão necessários recursos da ordem de R$ 7,3 bilhões para concluir a construção. A usina, de 1.300 megawatts (MW) de capacidade, tem estrutura idêntica à de Angra.


Valor Econômico Megacampo de Tupi eleva demanda global por equipamentos
Cláudia Schüffner

Pancada estrondosa, trovão ou "pai supremo". Qualquer um dos significados etimológicos da palavra tupi registra com precisão o impacto, para o país, da gigantesca reserva de petróleo e gás descoberta pela Petrobras na Bacia de Santos e revelada no ano passado. A exploração do megacampo de Tupi e seus irmãos Júpiter, Carioca, Parati, Caramba e Bem-te-vi, só para citar alguns, vai exigir aumento da capacidade instalada dos fabricantes de dutos, sondas de perfuração e plataformas, entre outros equipamentos, e também já detonou um processo de desenvolvimento de novas tecnologias entre a Petrobras e seus fornecedores.

A indústria de equipamentos para a exploração de petróleo e gás opera no limite da capacidade - no Brasil e no mundo - e projetos de ampliação já estão em curso, mas serão insuficientes para atender à demanda que virá, ainda que ninguém saiba o tamanho exato das reservas existentes na camada pré-sal.

José Formigli, gerente-executivo do pré-sal da Petrobras, adianta que, nas próximas semanas, a empresa vai divulgar um primeiro levantamento de suas necessidades de aço, chapas, sondas e outros equipamentos que serão necessários para o teste e o projeto-piloto de desenvolvimento da produção de Tupi. Para colocar em produção os novos campos da Petrobras serão necessárias plataformas, dutos, árvores de natal (conjunto de válvulas que regula a produção em poços submarinos) e outros equipamentos, que vão permitir elevar a atual capacidade do país em um horizonte ainda não-delineado. Em relatório recente, o banco UBS ressalta que as descobertas da Petrobras na Bacia de Santos "vão provocar um dramático efeito sobre a demanda global de serviços de petróleo de todos os tipos".

O título de outro relatório - este do Credit Suisse - também é um bom indicativo dos efeitos das descobertas no pré-sal sobre a indústria: "Escassez de perfuradoras para águas profundas: a culpa é do Rio." A Petrobras arrendou quase 80% dos navios-sonda com capacidade de perfurar águas profundas disponíveis no mercado mundial, já contratou mais dez sondas de perfuração que chegam entre 2009 e 2011 e vai colocar 24 barcos de apoio exclusivos para Tupi.

Ontem, em nota, a estatal informou que em reunião na noite de segunda-feira com o governo federal, entidades empresariais e representantes da indústria nacional, "informou a intenção de contratar 40 navios-sonda e plataformas de perfuração semi-submersíveis para operar em águas profundas e ultra-profundas. O plano prevê a construção e o recebimento das novas unidades até 2017, com prioridade de construção no Brasil."

As demandas da Petrobras vão afetar em maior ou menor escala as empresas que dispõem hoje de tecnologia para explorar a área do pré-sal. Não por acaso, os bancos já fazem um levantamento dos fornecedores de equipamentos e serviços para esta produção para estimar o potencial de valorização das ações dessas empresas. Enquanto isso, os fabricantes aguardam definições da Petrobras para calcular as novas encomendas.

A Organização Nacional da Indústria de Petróleo (Onip) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aguardam mais definições da Petrobras para levantar as necessidade de suprimento e financiamento do país, explica o presidente da Onip, Elói Fernandez. "Temos um forte parque industrial já instalado. Os principais fornecedores estão no país. Vejo a possibilidade de o Brasil consolidar seu conhecimento tecnológico para obter ganhos de competitividade em escala internacional", diz ele.

No relatório sobre o impacto do pré-sal sobre a indústria de equipamentos e serviços, o banco UBS calculou que serão necessários US$ 600 bilhões para produzir 50 bilhões de barris de petróleo e gás nos campos já descobertos na Bacia de Santos ao longo de toda vida útil desses reservatórios, que pode ser de 30 anos ou mais. São mencionados especificamente Tupi, Júpiter e os quatro em cima da formação Iguaçu (ou Pão de Açúcar), onde estão os campos Carioca, Caramba e Bem-te-vi e o bloco 22 operado pela Exxon.

O relatório toma como base a estimativa de reservas para a área, ainda não confirmadas, e tenta calcular o número de poços que precisam ser perfurados, assim como o custo atual dos equipamentos para produção. Mesmo sendo um número arbitrário, é uma boa indicação do potencial da área e do esforço necessário para colocar esse petróleo em terra. Para se ter idéia, desde sua criação, em 1954, até 2007, a Petrobras investiu US$ 222 bilhões e o investimento atingiu dois dígitos pela primeira vez em 2005, quando foram investidos US$ 11,2 bilhões. Em 2007, o número saltou para US$ 23 bilhões.

Um resumo do atual humor nesse mercado é dado pelo presidente da Schulz no Brasil, Marcelo Bueno. "Os nossos cenários mais otimistas não previram esse ciclo de investimentos que estamos vendo. Eu diria que nos mercados que temos acompanhado hoje, e mesmo que alguma turbulência nos faça engavetar novos projetos, apenas os que estão em andamento ou contratados garantem nossa demanda pelos próximos cinco ou seis anos. E isso para 100% da nova produção", explica Bueno.

O Brasil responde por 20% da capacidade instalada da Schulz e no fim desse ciclo de investimentos o país passará a responder por 60% da produção e 40% da receita, que foi de ? 180 milhões de euros em 2007. A segunda unidade da Schulz, instalada em Campos, entra em operação em junho e a terceira, para tubos especiais (bimetálicos) estará pronta em 2009, quando o Brasil passa a ser majoritário nos investimentos do grupo alemão.

Com tantas boas perspectivas - em meio a fatos e boatos que às vezes são empacotados juntos -, as definições da Petrobras são aguardadas com ansiedade no mercado.


Valor Econômico Exploração do pré-sal vai exigir uso de novas tecnologias
Do Rio

A Petrobras está muito cautelosa com seus planos para a exploração do pré-sal. Diz que é cedo para falar em números, já que ela ainda não fechou sequer as compras para o teste e o piloto de Tupi. O plano estratégico, que vai incluir os investimentos na área, só fica pronto em setembro. Algumas decisões de ordem técnica, contudo, vão tornar alguns fabricantes mais felizes e outros, menos.

O presidente da Associação Brasileira de Geólogos do Petróleo e sócio da consultoria HRT, Márcio Mello, avalia que 70% dos equipamentos necessários para desenvolver Tupi já são fabricados pela indústria nacional. Mesmo assim, diz que o pré-sal vai "revolucionar o Brasil". Em volume e em tecnologia.

A descoberta de reservas tão gigantescas aconteceram no momento em que o preço do petróleo já bateu US$ 129 o barril depois de um movimento ascendente que levou todas as petrolíferas a tirar da gaveta seus planos de investimento. O resultado são fábricas, siderúrgicas e estaleiros lotados de encomenda no mundo todo.

Hoje, nenhuma companhia do mundo extrai petróleo na profundidade em que foram encontrados os campos no pré-sal da Bacia de Santos. Os equipamentos terão de ser feitos com materiais mais resistentes à corrosão e altas pressões, já que o óleo extraído daí vem acompanhado com altos teores de gás carbônico e gás sulfídrico.

Devido à profundidade dessas áreas até que se atinja o solo marinho - entre 2,2 mil e 3 mil metros abaixo da linha do mar, sem contar os quilômetros de tubulação que terão de ser construídos a 300 quilômetros da costa - os fornecedores da Petrobras terão de usar insumos especiais. Para as linhas flexíveis serão utilizados aços inoxidáveis de um tipo especial e resistentes à corrosão (chamados superduplex), tubulações com camadas de um tipo de polímeros, um tipo especial de náilon resistente a altas temperaturas, e também ligas de níquel para ter tubos flexíveis reforçados. Esses produtos não são produzidos no Brasil.

É um momento auspicioso para a Wellstream, que está aumentando a capacidade de produção de equipamentos para águas mais profundas em sua unidade de Niterói. A companhia está investindo cerca de US$ 68 milhões nas suas fábricas no Brasil e Estados Unidos, para aumentar de 150 para 270 quilômetros sua capacidade de produção de tubos em 2009. O Brasil receberá a maior parte dos investimentos.

"Já estávamos nos expandindo antes dos campos do pré-sal, que vão pegar uma parte disso. Só precisamos saber qual o tamanho do pré-sal. Mas uma coisa é certa, o importante para nós é desenvolver a tecnologia, levá-la mais para frente. Atualmente, estamos nacionalizando fornecedores e repito aqui o que o presidente da minha companhia disse para a Petrobras: nos diga a sua demanda que eu vou atender", diz Luís Antonio Gomes Araújo, presidente da Wellstream no Brasil.

Para aumentar o leque de serviços oferecidos, a Wellstream fez uma parceria com a holandesa Sea Trucks para instalação, no mar, das linhas flexíveis fabricadas por ela. Antes, a própria Wellstream precisava contratar empresas do ramo para lançar os equipamentos. "Decidimos pegar nosso destino em nossas mãos e fizemos o consórcio para oferecer o pacote completo", explica o presidente da empresa.

A perspectiva de explorar campos gigantes de óleo leve em alto mar e em grandes profundidades na costa brasileira criou as condições para a "tempestade perfeita" nas palavras de Marcelo Bueno, da Schulz. "Estamos vivenciando uma conjunção de fatores nunca vistos antes. Estamos vendo uma tempestade perfeita na área de óleo e gás. O dinheiro está disponível, não há expectativa de baixa de preço e não vai faltar recursos para financiar os investimentos. É o novo Eldorado", resume Bueno.

Famosa em todo mundo pela tecnologia que desenvolveu para produzir petróleo em alto mar através de campos conectados a gigantescas plataformas flutuantes, que produzem e armazenam petróleo e gás - as FPSO ou plataformas flutuantes de produção e armazenamento - a Petrobras agora estuda o que seria uma reviravolta em seus meios de produção. A companhia avalia a utilização de um outro modelo de plataformas, as chamadas TLPs (Tension Leg Platform) e também as do tipo Spar, que são largamente utilizadas no Golfo do México.

Em ambas, alguns equipamentos de produção, como a chamada a "árvore de natal" (que no sistema atual é acoplada à boca do poço no fundo do mar), passam a ser acomodadas em cima de uma plataforma que também terá as sondas de perfuração. Esses sistemas são mais rígidos, têm estimativa de custo menor, mas precisam ter os poços bem abaixo da unidade, enquanto as FPSOs podem ser conectadas aos poços no leito marinho por linhas de até 30 quilômetros.

O gerente-executivo da Petrobras para o pré-sal, José Formigli, explica que a alternativa de usar plataformas de completação seca (as TLPs e SPARs) não será definida no curto prazo e que a decisão vai depender dos resultados da produção no teste de longa duração e no piloto de Tupi. "Provavelmente, numa primeira etapa de desenvolvimento do campo de Tupi, adotaremos a solução de completação molhada, migrando para completação seca mais tarde, caso se comprove atraente técnica e economicamente", diz.

Na pior das hipóteses, as descobertas só do reservatório de Tupi permitirão quase dobrar as atuais reservas do país, de aproximadamente 12 bilhões de barris de óleo equivalente (que inclui petróleo e gás). Os volumes de petróleo e gás na faixa do pré-sal ainda não são conhecidos sequer pela Petrobras, que no momento tem apenas estimativas, que ela não divulga.

O que se sabe, pelo menos oficialmente, é a projeção da estatal de que Tupi - que ainda não é um campo e sim um reservatório. Ali podem estar entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo recuperáveis. O maior volume vai depender de dois reservatórios abaixo de Tupi, que sozinho tem reservas estimadas em 5 bilhões de barris de petróleo recuperáveis.

Além de Tupi, a Petrobras já testou o reservatório de Carioca - que pode ter petróleo embaixo de quatro blocos licitados separadamente - e se prepara para iniciar os testes em Júpiter. Esse último tem reservas de gás imensas, que serão conhecidas quando a Petrobras reentrar no poço descobridor, o que deve acontecer nas próximas semanas segundo Formigli.

Tupi foi apenas um dos reservatórios encontrados abaixo de uma camada de 2 mil metros de sal que se formou no início do período Cretáceo - entre 145 milhões e 65 milhões de anos atrás - em uma faixa de 200 por 800 quilômetros, que se estende do litoral do Espírito Santo até Santa Catarina, atravessando todo o Rio de Janeiro e São Paulo.

O que se conhece até agora da área é que ela será difícil, dada a complexidade de se atravessar 2 mil metros de lâmina d'água para chegar ao leito marinho e dali perfurar mais 7 mil metros, incluindo a espessa barreira e porosa camada de sal. Some-se a isso uma enorme quantidade de gás carbônico e sulfídrico, altamente danosos para os equipamentos e o desafio está lançado.

No comments:

Google