Sunday, April 27, 2008

Obstáculos vão além de Itaipu
Presidente eleito, Fernando Lugo terá desafios maiores do que aumentar o preço da energia vendida ao Brasil. Sem maioria no Parlamento, ele enfrentará resistência dos brasiguaios à reforma agrária
Eraldo Peres

"Quando o Brasil sempre se curvava diante das exigências do FMI, não havia preocupação de que estivéssemos perdendo a soberania"
Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, respondendo aos que criticam a disposição do governo a rediscutir a tarifa paga ao Paraguai pela energia de Itaipu

Talvez o presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, tenha mais facilidade para arrancar alguns milhões de dólares a mais do Brasil, como pagamento pela eletricidade de Itaipu, do que para levar adiante sua agenda doméstica de mudanças. O ex-bispo ligado à Teologia da Libertação — a corrente da Igreja Católica sul-americana que flertou com o marxismo nos anos 1960 e 1970 — assume em 15 de agosto com o compromisso de virar a página de seis décadas de hegemonia do Partido Colorado, do ex-ditador Alfredo Stroessner. Mas, como outros esquerdistas do continente que chegaram ao governo pelas urnas, Lugo terá de fazer concessões ao centro para compor no Congresso uma maioria estável.

“Creio que ele será um presidente moderno, progressista, mas terá de negociar o tempo todo com o Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA, de centro), que será o núcleo da base parlamentar”, é o diagnóstico do analista político paraguaio Alfredo Boccia. “Será a ‘perna conservadora’ do governo Lugo.” Milda Rivarola, outra comentarista, espera uma transição à moda da redemocratização no Brasil — lenta, gradual e segura. “O povo votou por uma mudança cuidadosa: um presidente com perfil de esquerda e um partido de centro (o PLRA) controlando o Parlamento.” A Aliança Popular para a Mudança (APC), coalizão ecumênica que elegeu Lugo, terá uma bancada modesta na Câmara dos Deputados e presença reduzida no Senado, onde os colorados devem continuar como o maior partido.

Carlos Mateo Balmelli, senador pelo PLRA e um dos nomes mais cotados para ser o futuro ministro das Relações Exteriores, reconhece as dificuldades e aconselha o presidente a não enveredar pelo caminho do tradicional “toma-lá-dá-cá” com os demais partidos. “O governo não pode cair na lógica do loteamento”, disse em entrevista ao jornal paraguaio ABC Color. “Temos é de fortalecer a autoridade do presidente como primeiro requisito para a governabilidade.” Mais até do que costurar uma base parlamentar, o novo chefe de Estado precisará lidar, no dia-a-dia da administração, com uma máquina pública metodicamente povoada pelo Partido Colorado, com base no clientelismo.

Itaipu à parte, Fernando Lugo terá no Brasil também o principal contraponto àquela que foi sua principal bandeira política, antes mesmo da candidatura à Presidência: o projeto de realizar uma profunda reforma agrária. As resistências se concentram nos brasiguaios, os fazendeiros (principalmente de soja) que dominam o campo. Segundo estimativas recentes, eles são cerca de 500 mil e, ao longo das décadas, cultivaram relações ambíguas com o país de adoção: conquistaram prosperidade que ficou concentrada, como a propriedade fundiária; e sempre mantiveram um “pé” no Brasil, tendência manifestada inclusive na preservação do português como idioma “de casa”.

“O Paraguai tem um modelo agrícola baseado no latifúndio dominado pelos brasiguaios plantadores de soja, que já anunciaram resistência à reforma agrária”, escreveu para a agência de notícias Adital, ligada a setores católicos de esquerda, Selvino Heck, assessor especial do presidente Lula e coordenador do Movimento Fé e Política, uma cria da Teologia da Libertação. Heck lembra ainda que o Paraguai tem o terceiro menor PIB per capita do continente (menos de US$ 2 mil), à frente apenas da Bolívia e da Guiana.

O embaixador de Cuba, Alberto Curbelo, e a embaixadora da Venezuela, Nora Uribe, estiveram entre as primeiras autoridades a se reunir com Fernando Lugo, depois de confirmada sua vitória na eleição de domingo passado. Mas um consenso entre os analistas parece ser o de que, embora Lugo tenha a imagem associada à do presidente venezuelano, Hugo Chávez, o Paraguai está longe de se tornar mais um vértice do “eixo” chavista, a exemplo da Bolívia de Evo Morales. “A esquerda paraguaia não tem uma história, uma tradição: nosso Parlamento nunca teve esquerda”, pondera Alfredo Boccia.

O que preocupa Lugo
O ex-bispo eleito presidente precisará demonstrar habilidade para agradar a sua base política, que reúne desde democratas-cristãos a militantes de extrema esquerda. Até o principal partido opositor, o Colorado, manifestou interesse em participar do governo.

A economia paraguaia cresceu 6,7% em 2007. Lugo quer mais receita de Itaipu para acelerar o crescimento. O Paraguai aproveita apenas 5% da energia da hidrelétrica, enquanto tem direito a 50%. Os 45% restantes são vendidos ao Brasil em operações que rendem cerca de US$ 300 milhões por ano. O futuro presidente deseja elevar esse valor para, pelo menos, US$ 1,5 bilhão.

Lugo deseja fazer uma reforma agrária histórica no Paraguai. Entre as medidas previstas, estão o cadastramento dos proprietários de terras e a divisão do território nacional em zonas de produção. A intenção do ex-bispo é dar melhores condições aos pequenos agricultores, preteridos quando o assunto é financiamento e acesso à terra.


Correio Braziliense País deve aproveitar facilidades do Brasil
Entrevista - LUIZ GONZÁLEZ ARIAS
João Cláudio Garcia
Minervino Júnior

O Paraguai precisa aproveitar melhor as facilidades que o Brasil tem a oferecer na relação bilateral. Essa é a opinião do embaixador paraguaio em Brasília, Luiz González Arias. Ele recebeu a reportagem do Correio para rebater a acusação de que o Paraguai “só entrou com a água” na construção da usina de Itaipu. Segundo o diplomata, o preço justo a ser pago pelos brasileiros sairá do diálogo entre Fernando Lugo e Lula.

Quais serão as principais dificuldades para o novo governo paraguaio?
Fernando Lugo terá boa chance de cumprir as promessas de campanha, terá governabilidade. Ele prometeu uma reforma agrária integral, precisará de dinheiro, de tempo. Se comprometeu também com os mais pobres, sobretudo na educação e na saúde. O governo entregará a casa em ordem. O crescimento econômico do Paraguai é inegável, a dívida externa é pequena, as reservas são elevadas. Lugo terá possibilidade de executar os projetos com mais facilidade, algo que o presidente Nicanor Duarte não conseguiu.

A reforma agrária deve ter impacto sobre os brasileiros?
O presidente eleito disse claramente que não precisa expropriar as terras que estão sendo trabalhadas. A intenção do futuro governo, pelo que entendi da campanha, é buscar uma forma de substituir a agricultura minifundiária por um sistema com mais cooperativas, fomentar culturas que permitam ao camponês ficar na terra. O atual modelo empresarial de produção é complicado porque o grande produtor tem crédito, tem facilidades, tem tudo. E os cidadãos do campo partem para a cidade, onde encontram dificuldades, pois não têm capacitação, formação.

O que deve ser mudado na questão de Itaipu? É preciso alterar o tratado?
Lugo e sua equipe querem mais benefícios de Itaipu. Se precisa mudar ou não o tratado, não sei. Uma equipe técnica está sendo formada, e o presidente Lula se comprometeu com uma mesa de trabalho. É a possibilidade de uma discussão amistosa, séria. Neste momento, falar o que devemos fazer é difícil, temos de escutar as partes.

A atual predisposição do Brasil para negociar representa uma mudança de postura?
É um passo positivo, mas não podemos esquecer que, durante o governo de Duarte, Paraguai e Brasil negociaram sobre Itaipu. Esperamos que o Congresso aprove o regime unificado das tarifas na fronteira. Está para ser aprovada a igualdade para o transporte terrestre internacional. Temos a possibilidade de começar a construção da segunda ponte. Precisamos aproveitar essa possibilidade de que o Brasil dê maiores facilidades ao país, financiamento. Precisamos de uma integração verdadeira, mais ampla.

Qual seria o preço justo que o Brasil deveria pagar ao Paraguai pela energia?
Acho que preço justo vai sair das negociações entre os países. Não sou especialista, mas temos pessoas capacitadas nos dois países. Dessa soma de argumentos dos dois lados sairá o preço justo. Estamos falando em igualdade de condições. Cada um entrou com a metade do rio. O financiamento do Brasil é tema que também está em discussão. Estamos falando de um aproveitamento ótimo da produção de Itaipu. Ótimo, para o Paraguai, significa melhor preço e aproveitamento.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquini, disse que o Paraguai entrou só com a água na construção da usina…

Se você enxerga do ponto de vista financeiro, o Brasil entrou com o dinheiro para a construção. Mas o que é a matéria-prima da hidrelétrica? É a água. Somos donos de metade da água. É simples. O financiamento poderia vir de outras fontes. A reclamação do Paraguai é de que a dívida de Itaipu, com base no fator de reajuste, subiu muito. Pagou-se muito dinheiro e, à medida que se pagava, a dívida subia.


Correio Braziliense Ponto a ponto - Ricardo Cotta
Superintendente da CNA diz que país tem condições de fornecer alimentos para o mundo
Superintendente da CNA diz que país tem condições

O Brasil tem condições de ser o grande fornecedor de alimentos do mundo e ajudar na redução dos elevados preços internacionais, se resolver os gargalos de infra-estrutura. Para o superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ricardo Cotta, o país é um dos poucos que ainda tem espaço para elevar a área agricultável. Além disso, os agricultores estão dispostos a plantar mais para aproveitar os preços internacionais.

Em entrevista ao Correio, Cotta ressaltou que a redução do protecionismo nas economias desenvolvidas poderia baratear os preços para os países mais pobres. Ele aproveitou ainda para criticar o discurso de que a falta de alimentos do mundo está relacionada ao aumento da produção de biocombustíveis. “No Brasil, isso não condiz com a realidade. Quem fala isso desconhece a realidade agrícola brasileira”, destacou.

O superintendente disse ainda que o aumento dos juros pelo Banco Central não vai impactar em nada os preços dos alimentos. “Alimento é safra. É produzir mais para equalizar oferta e demanda”. Veja abaixo os principais trechos da entrevista:

Agricultura pode crescer
Valter Campanato

“Alimento é safra. É produzir mais para equalizar oferta e demanda”

ABASTECIMENTO MUNDIAL

O Brasil é o único país do mundo com potencial para suprir a demanda crescente por alimentos. Teríamos até condições de influenciar na redução dos preços internacionais. Mas é preciso tempo. Isso não se consegue de um ano para outro.

APAGÃO LOGÍSTICO
Só conseguiremos abastecer o mundo com alimentos, se tivermos como escoar. É preciso resolver as questões portuárias e das vias de acesso. É preciso deixar de priorizar rodovias e olhar para as hidrovias. As ferrovias estão engatinhando. Com tantos problemas, fica difícil o Brasil se tornar o fornecedor de alimentos do mundo. Estamos tendo uma sobrevida porque há dois anos tivemos um baque na produção. Se a tendência de crescimento tivesse sido mantida nos últimos anos, teria ocorrido um apagão logístico. Agora, novamente, a perspectiva é de expansão. A colheita será de cerca de 140 milhões de toneladas — 9 milhões de toneladas a mais de grãos. Se o aumento fosse de 20 milhões de toneladas, o país travaria. Não daria para escoar a produção.

INEFICIÊNCIA NOS PORTOS
Em Paranaguá, existem, pelo menos, 40 navios esperando para atracar. É um absurdo porque o custo diário de um navio de 60 mil toneladas gira na casa dos US$ 50 mil. Normalmente, quando uma empresa envia produtos ao Brasil, já sabe que terá que aguardar pelo menos um mês para atracar e já embute isso no preço. É um volume muito grande de recursos indo para o ralo, o que poderia ser investido na renovação de todo o parque portuário.

DESPERDÍCIO
O foco é a falta de renda em alguns países pobres. Eles não têm dinheiro para comprar alimentos hoje em função de uma série de fatores que vão desde problemas políticos de organização do Estado à falta de oportunidades, provocada pelo alto protecionistmo internacional. A falta de alimentos está relacionada à renda e não ao desperdício. O desperdício vai ser cada vez menor quanto mais caro for o produto. Não há desperdício de relógio ou computador.

PROTECIONISMO
O problema do Brasil está mais relacionado ao dever de casa — principalmente, na questão de infra-estrutura — do que ao protecionismo. Em cenário de elevados preços internacionais, a cobrança de imposto de importação acaba sendo compensada. Mas é óbvio que uma eventual redução do protecionismo ajudaria inclusive a baratear os preços no mundo.

BIOCOMBUSTÍVEL
É a bola de vez para tomar porrada. No Brasil, não condiz com a realidade o discurso de que a produção de cana-de-açúcar para biocombustíveis estaria crescendo em detrimento à de alimentos. Isso não cola para nós. Quem fala isso desconhece a realidade agrícola brasileira.

RODADA DE DOHA
Acredito que todos os países desenvolvidos estão pressionados para uma liberalização do mercado agrícola mundial em função da rodada de Doha. Ou ela vai se resolver nos próximos dois meses ou não se resolve. Estamos num momento crucial. Como os preços dos alimentos estão muito altos, a diminuição dos impostos de importação beneficiaria a população local que poderia comprar produtos mais baratos.

INFLAÇÃO DOS ALIMENTOS
Houve uma transferência de renda de produtores para consumidores. Foi mais de R$ 1 trilhão ao longo de 30 anos, devido a queda dos preços agrícolas. No médio prazo, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) desmembrado mostra que os alimentos subiram menos do que outros bens não-agrícolas. Nos últimos seis meses, isso se inverteu para alguns produtos alimentícios. Só que se omite o médio e o longo prazos. O que estamos vendo é mais um movimento de recuperação. O aumento de juros do BC não vai impactar em nada os preços dos alimentos. Alimento é safra. É produzir mais para equalizar oferta e demanda


Correio Braziliense Localidades em alerta vermelho
Mato Grosso, Rio Grande do Norte e Ceará preocupam pesquisadores. Depois de uma fase de quatro anos de calmaria, regiões podem ter entrado em novo ciclo de abalos sísmicos
Renata Mariz

Embora tenha atingido magnitude relevante, de 5,2 graus na escala Richter, o tremor no oceano sentido em quatro estados esta semana não preocupa os pesquisadores. As atenções estão mais voltadas para duas áreas habitadas, consideradas grandes fontes sísmicas no país: o norte do Mato Grosso e a Bacia Potiguar, que abrange os estados do Rio Grande do Norte e Ceará. São nessas localidades que o alerta vermelho das centrais sismológicas permanecem ligados. Especialistas acreditam que o Brasil entrou, há cerca de quatro anos, em um novo ciclo de terremotos, após um período de calmaria.

“Não existe uma explicação fechada sobre o assunto, mas trabalhamos com a idéia de períodos. Você teria um ciclo de acúmulo de forças nas camadas da terra onde há falhas e, depois, uma dissipação dessas forças. É nesse momento que ocorrem os tremores”, afirma Joaquim Mendes Ferreira, coordenador do Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Ele destaca que o último ciclo no país foi de 1986 a 1991. “Nesse período, houve atividade sísmica em mais de 14 localidades só do Nordeste.” O ciclo atual teria se iniciado em 2002.

Para se ter idéia, no Ceará, já foram 750 tremores desde o começo deste ano. Na cidade de Sobral, supreendida por um abalo de 3,9 graus em fevereiro passado, a população dorme em barracas com medo de um novo abalo. O diretor do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, Colombo Tassinari, explica que o Nordeste, assim como o Mato Grosso, tem falhas geológicas, já mapeadas pelos pesquisadores, que provocam os sismos. “Há estudos de uma boa parte do país, mas na Amazônia, por exemplo, não temos um controle geológico”, diz.

Tremores esquecidos
Em locais ermos, sem habitações, os tremores muitas vezes nem se tornam públicos. Um abalo de 6,1 graus na escala Richter, em outubro passado, sacudiu a divisa do Acre com o Amazonas sem grande notoriedade. Da mesma forma, o maior tremor de terra do Brasil, de 6,6 graus, em Porto dos Gaúchos (MT), no ano de 1955, não é muito lembrado por não ter deixado vítimas.

Entretanto, o cenário atual no município, fonte de preocupação dos especialistas, está bem diferente. “Naquele tempo não havia cidades naquela área do Mato Grosso. Mas um terremoto de mais de 6 graus em Porto Gaúchos hoje pode causar grandes estragos por conta da densidade demográfica”, diz Lucas Vieira, chefe do Laboratório de Sismologia da Universidade de Brasília (UnB). De março de 1998 a dezembro de 2002, o especialista detectou 3 mil sismos na localidade, que hoje tem população de 6 mil pessoas.

A UnB opera uma rede com aproximadamente 50 estações instaladas no país. Um projeto para criar mais 40, e distribuí-las uniformemente pelos estados, foi apresentado na semana passada ao governo federal. Mas não houve acerto formal de parceria. Um estudo mais adiantado é patrocinado pela Petrobras, em parceria com o Observatório Sismológico Nacional, no Rio de Janeiro, e com a UFRN, na capital potiguar.


Folha de São Paulo CET interdita rua para reconstituição do caso Isabella

A CET (Companhia de Engenharia do Tráfego) interditou por volta da meia-noite deste domingo (27) a rua Santa Leocádia, na Vila Isolina Mazzei (zona norte de São Paulo), para a reconstituição da morte da menina Isabella Nordoni, 5, que acontece hoje.

Isabella foi jogada do sexto andar do edifício London no final da noite de 29 de março. A reconstituição está marcada para começar às 9h e pode se estender por até dez horas.

A partir das 7h do domingo o espaço aéreo ficará bloqueado em um raio de 1,5 km do prédio. Na noite de sexta-feira (25) a Aeronáutica emitiu o Notan (Notice to Airmen, aviso aos navegantes, em português) proibindo o vôo de helicópteros, balões e aviões das 7h às 22h.

Policiais civis e militares estão no local para controlar o acesso de pessoas. Só têm direito a circular na rua moradores e prestadores de serviço e seus respectivos veículos.

O esquema montado pela polícia prevê ainda bolsões para que as pessoas acompanhem o trabalho da perícia. Eles ficarão a 60 metros do ponto onde estará montada a área reservada aos jornalistas, um próximo à rua Mandaguari e à avenida General Ataliba Leonel.

A polícia cadastrou moradores para facilitar o acesso à rua e evitar que outras pessoas tenham acesso ao local. Caso as pessoas tentem furar o bloqueio, podem ser encaminhadas a delegacias de polícia da região e responder por desacato a autoridade.

Reconstituição
Os responsáveis pela investigação do caso consideram fundamental a reconstituição. Através dela, por exemplo, será possível confirmar a tese defendida pela Polícia Civil, a de homicídio praticado pelo pai da garota.

O fechamento do espaço aéreo é necessário, segundo a Polícia Civil, para não prejudicar a reconstituição dos fatos que resultaram na morte da garota, asfixiada e jogada do sexto andar do prédio enquanto passava o fim de semana com o pai, Alexandre Nardoni, e com a madrasta, Anna Carolina Jatobá-indiciados pela polícia por homicídio doloso (com intenção) com três agravantes: motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. O casal nega envolvimento no crime.

Nardoni e Jatobá não irão participar da encenação por recomendação dos advogados de defesa. Com isso, policiais civis com portes físicos parecidos com os do casal farão a reconstituição.

A expectativa é de que o inquérito que investiga as circunstâncias em que ocorreu a morte da garota seja concluído no prazo de 30 dias, que vencem na próxima terça-feira (29).

Apenas o edifício London e parte de um prédio vizinho serão utilizados na reconstituição. Fatos anteriores da chegada do casal ao estacionamento do edifício --entre eles compras em um hipermercado-- e a visita do casal à casa dos pais de Anna Carolina, em Guarulhos (Grande São Paulo), não serão refeitos.

A encenação começará dentro do estacionamento do prédio. Após a saída do estacionamento será utilizado um dos elevadores que levam ao sexto andar, onde está localizado o apartamento. Serão gravadas imagens da saída do elevador até a porta do apartamento, sala e quarto, principais cenas do crime. De lá, o elevador é novamente utilizado até o acesso ao jardim do prédio parte da rua defronte ao edifício.

Para simular a presença dos filhos do casal, serão utilizados bonecos, assim como foi feito pela Polícia Técnico-Científica para simular a morte de Isabella durante o recolhimento de materiais que resultaram nos laudos.
Em determinados momentos, nem mesmo os delegados responsáveis pelo caso estarão presentes devido ao exíguo espaço de alguns locais. A prioridade é para os peritos e equipamentos que eles utilizarão.


Folha de São Paulo Governador norte-americano confia em reativação de acordo humanitário na Colômbia

O governador do Estado americano do Novo México, Bill Richardson, se declarou "otimista" em relação à possibilidade de reativar as negociações para um acordo humanitário na Colômbia depois de se reunir em Caracas com o presidente venezuelano, Hugo Chávez.

Richardson, que manteve uma reunião de mais de hora e meia com o governante venezuelano, qualificou de "produtivo" e "positivo" o encontro, no qual estiveram presentes o embaixador dos EUA na Venezuela, Patrick Duddy, e o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro.

"Simplesmente estou otimista em relação a retomarmos as discussões sobre o acordo humanitário", disse durante sua saída do Palácio presidencial de Miraflores, onde aconteceu a reunião.

O governador do Partido Democrata, em breves declarações à imprensa, manifestou que Chávez tinha lhe dito que está "disposto a ajudar" para retomar o caminho do acordo.
Além disso, destacou que seu único interesse são os reféns seqüestrados pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia): três americanos, a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt e mais de 400 colombianos.

"Todos são reféns merecem estar livres", disse Richardson, que falou em espanhol e em inglês com a imprensa.

O governador do Novo México insistiu em que ele não era "um enviado do governo dos EUA", nem da OEA (Organização dos Estados Americanos), mas "um enviado dos familiares dos seqüestrados", e não só dos seqüestrados americanos.

Agradeceu a atenção do governo venezuelano, especialmente do chanceler Maduro, assim como a do embaixador americano, e afirmou que retorna aos EUA com o propósito de tentar ajudar na via do acordo que permita uma troca humanitária.

Richardson disse que se reuniu recentemente com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que, disse, "também está disposto a ajudar", e que falou com as autoridades francesas.

"O governo americano quer movimento em relação à libertação dos reféns", comentou o governador, que se declarou especialmente preocupado com a saúde de Ingrid Betancourt.

Richardson indicou que ia falar também com a senadora colombiana Piedad Córdoba, que, da mesma forma que Chávez, foi suspensa no mês de novembro do ano passado por Uribe em seu papel de mediadora para uma troca humanitária entre reféns e guerrilheiros presos.

O governador americano não deu detalhes sobre que tipo de ajuda poderia dar Chávez para reativar os contatos.

Em declarações horas antes, o presidente venezuelano tinha dito que não sabia se poderia ajudar na tarefa de alcançar os objetivos colocados por Richardson.

"Não sei se poderei continuar ajudando neste tema, porque para ajudar é preciso que as partes que estão no problema aceitem a ajuda", disse Chávez em referência ao veto de Bogotá para que desempenhe um papel mediador.

Os três americanos cuja liberdade é defendida por Richardson foram capturados pelas Farc quando o avião no qual efetuavam um rastreamento eletrônico nas selvas do sul da Colômbia caiu.

Em janeiro e fevereiro, a guerrilha colombiana libertou seis de seus reféns de forma unilateral e os entregou a Chávez em "desagravo" por ter sido afastado da mediação pelo presidente colombiano.

As já deterioradas relações entre Bogotá e Caracas sofreram um novo colapso em março, após o ataque militar colombiano contra um acampamento das Farc em território do Equador, no qual morreram 26 pessoas, entre elas o porta-voz da guerrilha, Raúl Reyes, um equatoriano e quatro universitários mexicanos.

A crise começou a ser solucionada após a cúpula do Grupo do Rio no mês passado em Santo Domingo, capital da República Dominicana, mas as Farc advertiram que não farão mais libertações unilaterais.

Além disso, reiteraram sua exigência a Uribe, que a rejeita, que desmilitarize os municípios de Pradera e Florida para negociar uma troca humanitária de 39 reféns --entre os quais estão os três americanos-- por cerca de 500 guerrilheiros presos.

A visita a Caracas do governador do Novo México acontece dias antes da já anunciada viagem do ministro de Exteriores francês, Bernard Kouchner, à Colômbia, Equador e Venezuela na próxima semana.

Kouchner abordará com seus interlocutores a "urgência de uma solução humanitária" que leve à libertação dos reféns das Farc, incluindo Ingrid Betancourt, após o fracasso da missão enviada pela França, Espanha e Suíça à Colômbia para tentar contato com a guerrilha


Folha de São Paulo Dois grupos reivindicam autoria de ataques durante desfile no Afeganistão

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, saiu ileso neste domingo de uma ataque, reivindicado tanto pelos talebans como por um grupo armado relacionado à Al Qaeda, e realizado quando começava o desfile de comemoração pela vitória mujahedin contra o Governo comunista apoiado pelos soviéticos.

Uma pessoa morreu e 11 ficaram feridas no ataque --cujas características ainda não estão claras--, informou à Agência Efe o porta-voz do Ministério da Defesa, Zahir Azimi, que não disse quem foram as vítimas.

O porta-voz taleban Zabiullah Mujahid assegurou à Efe que seis insurgentes do grupo tinham atacado durante a cerimônia com rifles de assalto e que três deles morreram no tiroteio que se seguiu, enquanto os outros escaparam para um "lugar seguro".

Segundo Mujahid, os talebans lançaram seu ataque cerca de 30 metros do palanque no qual Karzai e outros dignatários presenciavam o grande desfile militar, que foi interrompido enquanto milhares de pessoas fugiam apavoradas.

A autoria do ataque também foi atribuída ao líder radical afegão Gulbudin Hekmatiar, um ex-mujahedin que agora está associado à rede terrorista Al Qaeda.

Um porta-voz de Hekmatiar disse à rede de televisão privada Tolo que seus homens tinham atacado durante a cerimônia com foguetes a partir de uma casa situada a cem metros de Karzai.

Pouco após ser retirado do local por seus guarda-costas, Karzai apareceu na televisão para confirmar que estava bem e anunciar que vários agressores tinham sido detidos.

O porta-voz da Defesa não pôde confirmar quantas pessoas foram detidas nem a que grupo insurgente pertencem.

O ataque aconteceu poucos minutos após começar a cerimônia de comemoração da vitória dos mujahedins afegãos contra o Governo comunista apoiado pela União Soviética, em 1992, e se confundiu com o som das salvas de canhão e o hino que era executado no momento.

As tropas soviéticas se retiraram do Afeganistão em fevereiro de 1989, após dez anos de ocupação e conflitos contra diferentes grupos de mujahedins, dos quais o de Hekmatiar foi o que mais ajuda externa recebeu.

Outros grupos de antigos mujahedins têm uma forte presença no Parlamento e no Governo de Karzai e a cada ano lembram com um desfile em Cabul sua vitória contra o comunismo.

Na década de 1990, os talebans se levantaram em armas contra o Governo dos mujahedins, após vários anos de uma sangrenta guerra civil entre as diferentes facções que tinham lutado contra a URSS, afundando o país no caos.


Folha de São Paulo Tiros obrigam Karzai a abandonar palanque durante desfile no Afeganistão

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, abandonou neste domingo (27) o palanque de onde presenciava um desfile militar após serem ouvidos tiros, segundo imagens divulgadas ao vivo pela televisão afegã.

Minutos após começar o desfile para comemorar a vitória dos mujahedins afegãos contra os ocupantes soviéticos, foram ouvidos alguns disparos, que forçaram a retirada de Karzai e outros membros do governo presentes no ato.

Pouco depois, o porta-voz taleban Zabiullah Mujahid assegurou à Efe que seis insurgentes tinham atacado a cerimônia.

Três deles morreram no tiroteio, enquanto os outros três conseguiram escapar para um "lugar seguro", descreveu o porta-voz, que não disse se os agressores causaram alguma baixa durante o ataque.

Os antigos mujahedins afegãos têm uma forte presença no Parlamento e no governo de Karzai e cada ano lembram com um desfile em Cabul sua vitória contra a União Soviética, que invadiu o país em 1979 e se retirou dez anos depois.

Na década de 1990, os talebans se levantaram em armas contra o governo dos mujahedins, após vários anos de guerra civil entre as diferentes facções que tinham lutado contra a URSS.


Folha de São Paulo Cidades que mais desmatam lideram crimes na Amazônia
Violência aparece em 39 das 50 cidades com maior índice de devastação na região
EDUARDO SCOLESE

Os municípios que mais desmatam na região amazônica são também os que mais registram trabalho escravo e violência no campo. O avanço da pecuária na área acompanha o ritmo da queda das árvores.
Essas relações foram detectadas pela Folha a partir do cruzamento de dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), do Ministério do Trabalho e da CPT (Comissão Pastoral da Terra).

A reportagem teve acesso a levantamento do Inpe que identifica o total desmatado de agosto de 2004 a julho de 2007 em 601 cidades da Amazônia Legal (Estados do Norte, além de Mato Grosso e Maranhão).

No ranking dos 50 municípios que mais extraíram madeira no período, sendo 23 em Mato Grosso e 20 no Pará, a violência no campo aparece em 39 deles, com crimes ligados a conflitos fundiários e flagrantes de trabalhadores em situação análoga à escravidão.

Os municípios "top 50" do desmate acumularam a média de um assassinato entre 2004 e 2007, índice sete vezes acima do registrado na região amazônica (0,14), segundo a CPT.

Os campeões na derrubada de árvores também estão à frente nos flagrantes de trabalho escravo, ou seja, quando, além de ser submetido a situações degradantes, o trabalhador é impedido fisicamente de deixar a propriedade.

Entre 2004 e 2007, a média nesses 50 municípios foi de 109 trabalhadores resgatados pelo grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho. Na Amazônia, no mesmo intervalo, a média geral dos municípios foi de 16 pessoas flagradas nessas condições.

Gigante
No topo da lista do desmate está o gigante paraense São Félix do Xingu, município com área equivalente à soma dos Estados de Alagoas e do Rio Grande do Norte (84,2 mil km2).

Nele, em três anos, foram devastados 2.812 km2, com quatro assassinatos e 291 trabalhadores resgatados.

"Onde tem desmatamento ilegal, onde tem grilagem de terra, tem madeireiras e tem morte. A vinculação é realmente essa", afirma Ailson Machado, assessor de mediação de conflitos agrários da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência.

"O trabalho escravo vem junto, porque eles [proprietários ou grileiros] usam essas pessoas, a maioria delas migrantes, para abrir a mata. Quando termina o desmate, ou elas ficam expostas à violência, sem trabalho, ou são levadas para outras áreas para serem exploradas", completa.

O avanço do desmatamento na Amazônia também coincide com o crescimento da pecuária. Entre os 50 municípios da região que, segundo dados do IBGE, mais avançaram na quantidade de cabeças de gado entre 2003 e 2006, 29 deles também integram os top 50 na derrubada da floresta.

Colniza (MT) é um exemplo. No extremo noroeste do Estado, na divisa com Amazonas e Rondônia, a cidade aparece em quarto no ranking do desmate, com 982 km2 derrubados, 115,9 mil novas cabeças de gado e dois assassinatos, em três anos.

No mesmo intervalo, Confresa, município no nordeste mato-grossense, seguiu uma linha semelhante, com 270 km2 de desmate, 114,6 mil novas cabeças de gado e 1.013 trabalhadores flagrados em situação análoga à escravidão. "A gente lamenta, mas tem pessoas que ainda estão fazendo isso. Se aproveitarem as áreas já abertas, não precisam desmatar", diz o pecuarista Nerci Wagner, presidente do sindicato rural de Confresa.

Entre os top 50 do desmatamento, houve um crescimento médio de 90,9 mil cabeças de gado, contra 15,7 mil em toda a região amazônica, uma diferença de 579%.

Valor da floresta
Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, o que acontece é que o desmate é uma resposta ao que classifica de baixo valor econômico da floresta. A entidade rejeita a relação entre a violência no campo e a atividade econômica.

José Batista Afonso, advogado da CPT do Pará e integrante da coordenação nacional do braço agrário da Igreja Católica, afirma que a relação entre o desmatamento e a violência no campo não é coincidência.

"Não existe coincidência, e sim uma relação. Na Amazônia, especialmente no Pará, a atividade da pecuária sempre foi a campeã na utilização de mão-de-obra do trabalho escravo. E, se existe expansão da pecuária, há também a expansão da área de desmatamento", declara Afonso, advogado da CPT.


Jornal de Brasília Conferência Nacional reunirá 2 mil jovens em Brasília a partir de amanhã

Dois mil jovens de todo o país estarão em Brasília amanhã (27) para participar da 1ª Conferência Nacional da Juventude. O evento se estenderá até o dia 30. Eles apresentaram cerca de 4,5 mil propostas discutidas em conferências estaduais, realizadas em fevereiro e março.

As propostas foram divididas em 16 áreas: educação, trabalho, cultura, saúde e sexualidade, participação política, meio ambiente, segurança e direitos humanos, diversidade e políticas afirmativas, esporte e lazer, fortalecimento institucional da política da juventude, mídia e tecnologia da informação, drogas, cidades, família, campo, povos e comunidades tradicionais.
De acordo com o coordenador do evento, Danilo Moreira, as propostas, agora resumidas em 548, servirão de plataforma para a política nacional da juventude. A plenária final escolherá 21 prioridades.

“Ela [a resolução final que sairá do evento] terá uma força muito grande porque foi fruto de um debate intenso em várias etapas preparatórias e passará a ser um instrumento para a ação do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), e dos governos federal, estaduais e municipais”, avaliou.

Além das conferências estaduais, ocorreram também conferências livres em presídios, aldeias indígenas, organizações desportivas e em unidades de internação de menores. “As propostas encaminhadas por essas conferências livres ajudaram muito na qualificação do material. Isso é um ganho enorme, esses jovens puderam debater e interferir nessas políticas”, disse o coordenador da conferência.

Ele acredita que as 21 prioridades podem servir de subsídio para programas eleitorais de candidatos das próximas eleições municipais e até mesmo reorientar alguma ação do governo federal que envolva a juventude. “As decisões podem inclusive pressionar positivamente votações na Câmara que dizem respeito à juventude e servirem como referência para os próprios movimentos juvenis se organizarem em torno dessas bandeiras ”, previu.

Para a vice-presidente do Conjuve e integrante da Organização Não-Governamental (ONG) Ação Educativa, Maria Virgínia Freitas, a conferência terá o papel de fazer um levantamento das demandas dos jovens. “O nosso principal é objetivo é justamente a priorização desse cojunto de propostas. Então veremos como o governo responderá a isso e, daqui a dois anos, vamos conferir o que foi feito”, explicou.


Jornal de Brasília Tropas colombianas são atacadas pelas Farc a partir de território equatoriano

Tropas colombianas foram atacadas a partir de território equatoriano com cilindros-bomba, que feriram um soldado, segundo denúncias de fontes militares em Bogotá e no departamento sulista de Putumayo.

O ataque teria sido feito por supostos rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), e foi registrado na localidade equatoriana de Pueblo Nuevo em direção à região colombiana de Teteyé, segundo as fontes.

As tropas colombianas foram atacadas quando prestavam assistência a um grupo de engenheiros em atividades de prospecção petrolífera, em um ponto da selva do departamento (estado) de Putumayo, a cerca de 700 quilômetros ao sudoeste de Bogotá.

O general Mario Montoya, comandante do Exército colombiano, em Bogotá, e o também geral Octavio Ardila, da IV Divisão militar, de Putumayo, denunciaram a ação contra as tropas na zona de fronteira.

Os soldados atacados foram atingidos por vários dos cilindros-bomba, repletos de estilhaços e três dos artefatos que não explodiram ficaram em poder das tropas, observou o general Ardila.

Nessa região limítrofe com o Equador atuam guerrilheiros da frente 48 das Farc.

O general Montoya informou que a ação foi comunicada à Chancelaria, para que, por sua vez, seja transmitida às autoridades e às Forças Militares equatorianas.

"Esperamos que esta situação não continue. É delicado para tropas colombianas e para as companhias que exploram petróleo nessa região", disse o general Montoya.

Um informante, desmobilizado das Farc revelou hoje ao canal "RCN" de televisão, que essa guerrilha, "do Equador", planeja e lança ataques a tropas colombianas que se encontram perto da divisa entre os dois países

No dia 1º de março tropas colombianas realizaram uma incursão militar contra um acampamento das Farc em território equatoriano, situado a menos de dois quilômetros da fronteira, durante o qual morreram 26 pessoas, entre elas "Raúl Reyes", porta-voz internacional da organização.

Dois dias depois da operação, o presidente do Equador, Rafael Correa, rompeu relações diplomáticas com a Colômbia.



O Estado de São Paulo Austrália vai retirar 200 soldados do Timor-Leste
O país comanda a Força Internacional de Segurança, solicitada para sufocar a violência

SYDNEY - O primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, disse este fim de semana que a situação noTimor-Leste, após as tentativas de assassinato do presidente e do primeiro-ministro do país, José Ramos Horta e Xanana Gusmão, respectivamente, voltou à normalidade e anunciou a retirada de 200 soldados, para deixar ali uma tropa de 750 militares.

"O primeiro-ministro Gusmão me escreveu respaldando a decisão. Agradeceu à Austrália sua assistência após os ataques", detalhou o trabalhista Rudd.

O dirigente australiano reiterou o compromisso de seu país com o Governo timorense e com a ONU para ajudar a jovem nação a manter a segurança e a enfrentar outros desafios.

A Austrália comanda a Força Internacional de Segurança, na qual participam Malásia, Nova Zelândia e Portugal, que o Timor-Leste solicitou em maio de 2006 para sufocar a espiral de violência que ameaçava desembocar em uma guerra civil.

Desde então, a força internacional permanece no país e a ONU retornou a essa antigo colônia portuguesa para ajudar as autoridades Nacionais.


O Estado de São Paulo Separatistas tâmeis atacam instalações militares cingalesas
O bombardeio tâmil segue a outro lançado no sábado pelo Exército contra posições de artilharia da guerrilha

NOVA DÉLHI - Os rebeldes separatistas tâmeis lançaram esta madrugada um ataque aéreo contra instalações do Exército do Sri Lanka, informou neste domingo uma fonte militar, que disse que o bombardeio não causou nenhum dano.

A aviação tâmil lançou três bombas contra posições do Exército em Welioya, no nordeste da ilha, "sem causar dano ao Exército", assegurou o Ministério da Defesa em comunicado.
A site "Tamilnet" informou que esta é a segunda vez desde outubro de 2007 em que os rebeldes lançam um ataque combinado por terra e ar contra o Exército cingalês.

O bombardeio tâmil segue a outro lançado no sábado pelo Exército contra posições de artilharia da guerrilha também em Welioya, em uma semana que registrou fortes combates no norte do país nos quais morreram uma centena de rebeldes tâmeis e 43 soldados, segundo a Defesa, que também informou do desaparecimento de 33 militares.

Outros 64 civis faleceram na explosão de uma bomba em um ônibus da cidade de Piliyandala, cerca de 15 quilômetros ao sul de Colombo, capital do país, em um atentado pelo qual oito pessoas foram interrogadas, segundo a Polícia.


O Estado de São Paulo O site dos EUA que sentiu o terremoto de SP
Segundos após o tremor, agência USGS já trazia informações sobre intensidade e epicentro
Célia Almudena

Enquanto milhares de paulistanos se assustavam na terça-feira com o terremoto de 5,2 graus na escala Richter, cientistas da Sociedade Geológica dos Estados Unidos (USGS, sigla em inglês) já reuniam informações sobre o evento. Qualquer catástrofe natural que aconteça no local mais remoto do planeta é logo destrinchada no site da entidade para internautas leigos. E, não por acaso, a USGS é chamada de "agência do fim do mundo".

O terremoto que atingiu quatro Estados brasileiros na semana passada acendeu a luz vermelha. A falta de informações fermentou a sensação de agonia. Não para algumas centenas de internautas, que logo desembocaram no site www.usgs.gov. Lá, segundos após o evento, já havia informações sobre intensidade, localização do epicentro (a 218 km de São Vicente) e profundidade do terremoto.

O pior terremoto do País nos últimos anos mostrou que não estamos preparados para desastres naturais. No dia seguinte ao abalo, uma reunião em Brasília discutiu a criação de uma rede nacional sismográfica. O chefe do Departamento de Sismologia da Universidade de Brasília (UnB), Lucas Barros, apresentou aos assessores do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência o projeto de uma rede de 40 estações de monitoramento. "Hoje, é difícil registrar os sismos pequenos. As estações que existem estão distribuídas de maneira disforme e os instrumentos, ultrapassados", explicou Barros.

A USGS não enfrenta essa dificuldade. Uma das muitas entidades vinculadas à Agência Federal para o Gerenciamento de Emergências (Fema) do governo americano, ela foi fundada em 1879. É uma agência científica que estuda paisagens e territórios, principalmente dos Estados Unidos. Sua abordagem multidisciplinar reúne biologia, geografia, geologia, além de informações geoespaciais e oceanográficas.

A USGS acredita que a ciência é a melhor forma de manter a população preparada para adversidades, além de sustentar a economia, a segurança nacional, a qualidade de vida e o meio ambiente. Assim, seu site traz em linguagem simplificada tópicos científicos de importância, como análises geoespaciais e recursos naturais, sem esquecer de temas atuais, como aquecimento global e queimadas. Além de registros históricos muito interessantes. Com alguns cliques, o internauta que domina o inglês descobre que o terremoto mais mortífero registrado no mundo aconteceu em 23 de janeiro de 1556, na China. Com cerca de 8 graus na escala Richter (num máximo de 9), deixou 830 mil mortos.

GRÁFICOS
Também é possível entender, por meio de gráficos didáticos, como o terremoto de 26 de dezembro de 2004 em Sumatra deu origem ao tsunami que afetou 14 países no sul da Ásia e leste da África. Ou navegar para páginas de parceiros, como o Instituto Smithsonian, e encontrar fotos e informações dos terremotos históricos desde 1900.

A importância de acompanhar as mudanças climáticas ganha espaço por causa do aquecimento global. Recentemente, a ONU alertou que prejuízos causados por condições extremas do clima podem ultrapassar US$ 1 trilhão em um único ano até 2040

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